Olá, Tupungato!

Vinícolas em Tupungato

Olá, winelover! Como você já sabe, eu estou vivendo um sonho. Em cada post vou dando novos upgrades sobre a minha viagem, e isso é só o começo da minha jornada! A minha capacidade de deslumbramento não consegue dar conta. Mendoza está me adotando e eu simplesmente me entrego. Desta vez vou te contar de um passeio que  fiz por algumas vinícolas em Tupungato. 

Mas, antes, tenho que admitir que ainda não estou em condições de me proclamar fã do mate, porém confesso que quando as meninas o bebem com tanto entusiasmo (e a toda hora), me dá vontade de fazer parte do ritual, e volta e meia eu peço… “deixa eu provar, me dá um”, com a intenção de ficar um pouco mais amiga da infusão estrela da Argentina. 

Já experimentei versões com ervas aromáticas, com açúcar (que para muita gente é um verdadeiro sacrilégio) e com cascas de laranja. Também com menta (seca, das plantinhas do jardim da pousada onde estou instalada nestas semanas), camomila e erva orgânica, que me dão a sensação de deixarem a bebida um pouco mais suave. 

Outra novidade é que por aqui me chamam de “la Nicky”. É uma forma de falar das pessoas em Mendoza, acrescentando el e la antes dos nomes das pessoas. Eu percebi esse costume entre os meus novos amigos, e quando perguntei, começaram a me chamar assim de brincadeira, mas acabou pegando. Agora eu sou La Nicky!

Assim como adiantei, há alguns dias eu dei uma escapada para Tupungato com a Sole, a irmã da Juli que é fotógrafa e tinha uma produção de fotos no restaurante de uma vinícola. Fomos percorrer as vinícolas em Tupungato que, juntamente com San Carlos e Tunuyán, fazem parte do Valle de Uco, uma das zonas vitivinícolas mais fecundas do mundo. 

Desde que o vinho entrou na minha vida, eu já escutei e pronunciei mil vezes estes nomes, mas não podia dimensionar a magnitude das paisagens e o quanto essa experiência seria comovedora. Sem dúvida, este check na minha lista de desejos vai ficar guardado no meu coração como uma vivência inesquecível.

Vinícolas em Tupungato

Vinícolas em Tupungato, pertinho da cidade de Mendoza 

Enquanto a Sole trabalhava, eu fiz algumas visitas e degustações. Foram dois dias de tour, com comidas espetaculares, vinhos, conversas divertidas e festa do pijama no meu novo hotel. E o melhor, estando a apenas uma hora e meia de distância da cidade de Mendoza. Agora vou contar para você como foi o meu passeio pelas vinícolas em Tupungato. 

Vinícolas em Tupungato

Atamisque

A primeira parada do meu tour pelas vinícolas em Tupungato foi em Atamisque, a vinícola que abre o Valle de Uco. A minha amiga ia no volante e me contou que tem duas formas de chegar: a primeira, pela lendária Ruta 40 – a estrada mais longa do país, que permite percorrê-lo de sul a norte em paralelo à cordilheira – e a segunda opção é pela ruta provincial 86, conhecida como El Camino de los Cerrillos. Ela escolheu a segunda alternativa por causa da paisagem, e para poder passar pelo Cristo Rei do Valle de Tupungato. 

A vinícola é maravilhosa e tem hotel, spa e restaurante, aos quais a gente prometeu voltar logo que for possível. Desta vez fizemos a visita guiada com degustação dos vinhos de Phillipe Caraguel. São os que, durante a minha primeira vez na vinoteca do Brooklin, o meu amigo Alex definiu como clássicos. Eu te recomendo provar o Atamisque Assemblage, que combina Malbec com Cabernet Sauvignon e Merlot num estilo bem bordelês, e outra delícia da vinícola é o Serbal Pinot Noir, um vinho que pode surpreender muitos amantes de Borgonha.

Vinícolas em Tupungato

Andeluna

Chegamos na hora do almoço e pegamos uma mesa com vista para o Cordón del Plata. Assim que eu me sentei de frente para os picos nevados, entendi seu slogan “Somos vinho de montanha”: a proposta é que o caráter mais puro desta paisagem, com seus ventos e seus solos de areia y argila, se expresse em cada taça de vinho. Provei quatro diferentes, um deles com cada passo do menu. 

Dizem que a seleção privilegia as garrafas mais especiais da vinícola. Claro que eu não resisti e comprei para levar uma unidade do Pasionado Cabernet Franc que, até onde eu sei, seu enólogo é um dos reis do Cabernet Franc de Mendoza. Quando terminamos de comer, sentamos com a última taça de vinho numas esteiras sobre a grama, de frente para o vinhedo, e ficamos jogando conversa fora e curtindo o sol da tarde. 

Vinícolas em Tupungato

Domaine Bousquet

Terminamos o tour em uma vinícola bem perto da Andeluna, que escolhemos para pernoitar. Ficamos no Gaia Lodge, um hotel novinho em folha vizinho à cordilheira e ao vinhedo, propriedade da Bodega Domaine Bousquet, pioneira na fabricação de vinhos orgânicos na Argentina. Eu não consigo definir o que é mais lindo: se a paisagem de manhã, quando o sol pega em cheio na montanha e faz a neve brilhar em seus relevos, ou durante o entardecer, enquanto o sol vai desaparecendo devagar por trás das colinas. 

Na Domaine Bousquet falamos com o Adrián Baggio, o chef do restaurante, nativo do lugar que conhece como a palma de sua mão os produtos da zona. Ele nos levou para visitar a horta que, ele disse, agora não está tão vistosa por causa do frio, mas que no verão é uma explosão de cores e sabores. Nós o acompanhamos para recolher algumas folhas verdes da temporada.

Vinícolas em Tupungato
Adrián Baggio.

À noite, curtimos as suas criações na chef’s table, a nova proposta gastronômica do wine lodge, uma maneira interessante de experimentar distintos vinhos com deliciosos pratos. Adorei a sopa de amendoim e o nhoque servido em casca de batata (muito saboroso) e fiquei surpreendida com o bife de carne bovina com sal e foie gras, inspirado nos sabores franceses preferidos dos donos da vinícola. Para acompanhá-lo, tomamos um Domaine Bousquet Gran Malbec 2010, simplesmente excelente. 

No outro dia, esperamos duas amigas para almoçar no restaurante da vinícola (o Gaia Restaurante) e voltarmos juntas para a capital Mendoza. O Adrián preparou um menu de gastronomia local em passos: adorei a empanada, recheada com ossobuco e defumada com alecrim, que saboreamos com um Gaia Cabernet Sauvignon 2018.

Fiquei fascinada com esta jornada e prometo continuar explorando o Valle para te ajudar a montar o seu próprio roteiro. E você, tem alguma informação para compartilhar sobre a visita às vinícolas em Tupungato? Escreva para mim nos comentários. Até o próximo tim-tim! 

Quer saber mais sobre Mendoza? Recomendo a leitura desta matéria.

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