Alô wine lovers. Chegou um novo post dedicado ao meu novo melhor amigo, o herói de minhas saídas pós-quarentena. Já vou explicar para vocês como escolher um vinho: nível principiante.
Há algumas semanas, no meu trabalho decidimos celebrar a nova era que parece estar chegando pós-Covid, agora que estamos todos vacinados. Nos encontramos perto do Brooklyn Bridge Park, no apartamento da Melissa, para brindar por todos os aniversários atrasados e esperar que o céu ficasse colorido sobre o skyline de Manhattan ao entardecer.
Melissa não tinha os apetrechos, então eu levei as minhas taças e pedi aos que podiam que levassem algumas outras para completar, porque compartilhar o vinho, neste caso, era uma questão importante e por nenhum motivo ia ceder aos copos de plástico descartáveis. Estou aprendendo e levo isso muito a sério!
Como escolher um vinho nível principiante
Eu tinha em mente algum vinho branco, para fixar algo da informação que estive lendo e, sejamos sinceros, porque venho de um 2020 totalmente influenciada por Taylor Swift e suas fotos no Instagram posando com a sua copa de Chardonnay.
Dois dias antes, passei pela vinhoteca para dar check em todos os itens da minha lista de necessidades: que seja branco, que tenha tampa à rosca (para demostrar ao Alex que estou colocando em prática suas dicas da lição anterior, e para tirar da minha cabeça a pressão por não esquecer do saca-rolhas) que seja friendly com o paladar dos que – ainda – não são tão fãs de vinho ou não estão acostumados a beber e que o preço tenha empatia com o meu bolso, para poder comprar duas ou três garrafas.
Alex me escutou, escaneou as prateleiras com os olhos e estendeu a mão indicando uma garrafa de vinho tinto, apontando para a tampa à rosca. Vi que era um Pinot Noir. Um novo mistério para desvendar!
“Este vinho combina perfeitamente bem com queijos, presença básica em qualquer tábua de frios”. Meu guru dixit.
Inclusive, compartilho com vocês outro lote de conselhos do meu especialista preferido para continuar somando recursos e nos sentirmos cada vez mais confiantes ao escolher um vinho enquanto principiantes.
Três novas dicas para aprender a escolher um vinho
- Deixe o rótulo para o próximo nível. Eu também caí nessa: me deixei levar pela ansiedade e achei que poderia escolher rótulos como uma especialista, mas já entendi que, de verdade, para entendê-los é preciso antes ter percorrido alguns passos. Tentar decodificar essa info sem experiência é como se esforçar para traduzir um monte de palavras que não dizem nada e isso, definitivamente, faz qualquer um desistir. Pare e pense: quanto tempo você aguentaria tentando entender um livro escrito em um idioma totalmente desconhecido?
Por isso, nas primeiras vezes, o melhor é se entregar às sugestões de alguém que saiba e registrar as sensações que o vinho provado despertam em você. A partir dessas primeiras travessias sensoriais e de ter deixado alguém recomendar a você umas quantas garrafas, será o momento de ir compreendendo que informação o rótulo fornece. O mais fácil é que existem variedades mais e menos intensas; se você gosta de sabores fortes, procure um Cabernet ou um Merlot, mas se você quer algo mais ligeiro, opte por um Pinot Noir, um Garnacha ou um Malbec jovem. Estas são algumas das primeiras regras sobre como um principiante deve fazer para escolher um vinho.
Se você prefere os vinhos frescos, que o rótulo só diga a variedade, porque palavras como “Reserva”, “Gran Reserva” ou “Oak” são indicativos que a bebida ganha complexidade, intensidade, potência, caráter. Quanto às regiões, existe um vasto universo: Alex diz que na Provença há rosés incríveis para qualquer ocasião, mas que em Bordeaux é preciso uma bíblia para entender que vinho você está tomando. Em países deste lado do mundo, como a Argentina, os rótulos que estive observando têm uma mensagem mais simples e, a partir do que venho provando, memorizei esta regra: se só aparece a marca e uma variedade, provavelmente você está diante de um vinho jovem e fresco.
Mas como o Alex diz, se as regiões são o próximo passo, já agendei que em muitos vinhos argentinos se menciona o Valle de Uco; em outros, quase todos os Malbec, a origem é Mendoza, e alguns poucos são de Salta. Já vou saber mais sobre esses lugares. Porque quando eu pergunto para o Alex, a única pista que ele me dá é esta: são vinhos da cordilheira dos Andes e sorri, como se acaso dizer Rocallosas ou Apalaches para mim significasse alguma coisa. Ainda tenho muito por descobrir. Stay tunned.
- Deixe um lugar reservado para a surpresa. Ultimamente, o Alex me desafia com um exercício que estou adorando: o de sair da “caixa” do que estou buscando. Como aconteceu no dia que eu queria um vinho branco e terminei comprando um tinto, muitas vezes vamos atrás de uma garrafa em específico (poderia ser também um Cabernet Franc, o favorito do meu pai). E a verdade é que sair dessa zona conhecida e experimentar duas ou três opções diferentes no mesmo estilo, habilita o jogo de sedução deste universo e dá as boas-vindas ao fator surpresa (please, tem algo mais sexy que provar, sentir, se surpreender?).
Se você procura uma garrafa para uma pessoa de gostos clássicos, um plus interessante pode ser um vinho de um produtor diferente, de outra região ou algum blend ou variedade nova, afinal nenhum vinho é igual a outro.
Estou feliz e entusiasmada com este processo de resgatar o tempo todo a informação que vou aprendendo e vê-la refletida em experiências cada dia mais deliciosas e excitantes.
Agora quero saber se vocês colocaram em prática alguma destas dicas!
Hoje vou ficar em casa com a Taylor Swift (na verdade, com as músicas do seu mais recente disco, Folklore), desta vez com uma taça de Chardonnay e um bom prato de massa. Até a próxima garrafa!