Durante séculos, o mel foi o único adoçante conhecido no Ocidente. Hoje é um produto fundamental entre os consumidores que priorizam a alimentação saudável: não só por suas importantes propriedades nutricionais, mas também pelo seu sabor singular.
O mel é o resultado de um processo natural e biológico, produto do trabalho das abelhas nas colmeias. Como acontece no mundo do vinho, os aromas e sabores de cada mel também são fruto do terroir de onde provém.
Existem tantas variedades como flores e geografias se fazem presentes no planeta. Podem ser unifloras ou multifloras, mas todas têm em comum o sabor doce como base, que também é ligeiramente azedo e umami, e um aroma complexo que inclui notas de caramelo, baunilha, frutas, flores, manteiga e especiarias doces.
Mel argentino, um mundo a ser descoberto
Poucos sabem que a Argentina ocupa um lugar protagonístico na produção de mel no mundo. Não só se destaca pela soja, pela carne e pelo Malbec: o país está entre os três principais produtores de mel do mundo e é o segundo maior exportador do planeta, com um volume médio de mais de 75 mil toneladas por ano (Fonte: www.argentina.gob.ar 2021).
Além disso, a produção orgânica de mel argentino é muito relevante: o país foi o primeiro da América do Sul a alcançar a equivalência de países terceiros com a União Europeia autorizados a exportar por cumprir com todas as regulamentações. Ou seja, todos os requisitos regulatórios são atendidos integralmente, de modo que os produtores locais que comercializam mel argentino destinado à União Europeia têm o benefício do reconhecimento direto pelo país de destino, uma vantagem competitiva para a produção nacional argentina.
O mel argentino é considerado excelente em mercados como os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão, a Bélgica e a Itália, onde 95% do que é produzido é comprado à granel.
A aposta para o futuro é valorizar ainda mais o mel argentino em termos de embalagem, rótulo e reconhecimento da diversidade e riqueza que existe em cada região do país.
Dia mundial da abelha
A cada ano, no dia 20 de maio se festeja em todo planeta a existência das abelhas: segundo a Organização das Nações Unidas (FAO), existem 100 espécies de cultivos que fornecem 90% dos alimentos do mundo e 71 deles são polinizados por abelhas.
É como Einstein já dizia: “Se as abelhas desaparecessem, o homem teria apenas quatro anos de vida. Sem abelhas não há polinização, nem capim, nem animais, nem homens”.
Durante a comemoração, o foco é o mel, seu produto sagrado. Cada área geográfica argentina fornece um mel excepcional, por isso se considera um produto federal (a produção se concentra no centro do país: Santa Fé, Buenos Aires, Córdoba e La Pampa. Mas também há produtores na Patagônia, em Chaco, no Delta do Paraná, em Cuyo, etc.).
Últimas novidades: IG Mel De Azahar De Limão Tucumano
Além do mel, a Argentina é o maior produtor e processador mundial de limões e o segundo maior exportador de limões frescos. Tucumán é a província com maior produção do país e está fazendo um trabalho para o reconhecimento e registro da Indicação Geográfica “Mel de azahar de limão tucumano”.
Os méis de flor de laranjeira são muito límpidos, com aroma floral e em alguns casos uma leve nota ácida. Cristalizam lentamente e na boca são suaves e cremosos. Se o viajante caminha por Tucumán, tem um encontro marcado com seu incrível mel.
Abelhas Melipona, as abelhas-sem-ferrão americanas
As abelhas nativas sem ferrão (ANSA) são originais da América, tendo sido usadas pelos povos nativos antes da chegada dos espanhóis. Pertencem ao grupo dos meliponídeos que habitam áreas tropicais e subtropicais da América, Ásia, África e Oceania e diferem das abelhas melíferas (Apis mellifera) e outras do gênero Apis, por apresentarem um ferrão atrofiado.
Estas abelhas produzem um mel especial, que na Argentina se encontra principalmente nas províncias de Misiones, Chaco, Formosa, Santiago del Estero, Tucumán, Salta e Jujuy. Sua importância é tão relevante que desde 2019 os méis ANSA foram incorporados ao Código Alimentar argentino.
Então, quem viajar pelo país hermano já sabe: de norte a sul, o mel argentino sempre os espera.