Olá, olá! Como vão vocês, winelovers? Eu estou fantástica, escrevendo direto da rota do vinho, do sol e das montanhas. Esta trip é incrível… Que felicidade!
Agora, enquanto tomo meu capuccino em uma cafeteria, vou compartilhando minhas últimas novidades. Eu já lhes havia contado que estive visitando algumas das vinícolas de Maipú, um verdadeiro paraíso do vinho, e que era muito difícil fazer esse percurso em um só dia. Por isso eu decidi voltar!
Então, apertem os cintos (aproveito para deixar a dica: tenham sempre um motorista designado ou um táxi para trazê-los de volta em segurança), porque vamos fazer o tour pelas vinícolas de Maipú, Parte 2: La Nicky feat Juli e Tomás.
A minha segunda visita às vinícolas de Maipú
Agostino: raízes de Mendoza
Por recomendação de meus amigos e amigas, a nossa aventura começou em Barrancas, no leste de Maipú. Lá visitamos a Agostino, uma chácara butique maravilhosa.
Esta vinícola foi fundada em 2003 pelos quatro irmãos Agostino, que decidiram voltar do Canadá depois de morar lá por 30 anos e plantar novas raízes em sua terra natal. Eles são donos, também, da marca Telteca e da Alfa Crux, no Valle de Uco.
A chácara Agostino está a 850 metros acima do nível do mar, tem capacidade para 3 milhões de litros e conta com 300 hectares semeados. E exporta 70% da sua produção.
O lugar me fascinou. As fontes e as árvores que a rodeiam lhe dão um estilo único. Você sente que está em um palácio. É como brincar de Game of Thrones por um tempinho. Além disso, tem uma adega subterrânea muito moderna, que se conecta com a casa familiar.
E isso não é tudo: tem também galeria de arte, um restaurante que combina a cozinha italiana com os vinhos da casa — tudo sob a batuta do chef irlandês Edward Holloway — e excursões de bicicleta e a cavalo.
Para os que quiserem passar a noite por lá, a vinícola permite a hospedagem na casa familiar. Tem piscina, horta orgânica e espaço para até seis pessoas.
Já sei, vocês querem recomendações. Eis aqui alguns vinhos imperdíveis da Agostino: da linha FAMÍLIA, o corte de uvas brancas Semillón e Sauvignon Blanc é uma maravilha de ares bordaleses; já o LEGADO Malbec é um tinto de guarda que eu comprei para levar de presente ao meu pai, porque ele gosta de vinhos intensos e clássicos.
Antigal: história e futuro de Maipú
Por sugestão de uma amiga sommelier, decidimos buscar uma vinícola que não conhecíamos mas que, segundo ela: “logo, logo vai ser bem famosa”. E foi assim que, com a ajuda do GPS, chegamos à Antigal, este estabelecimento que data de 1897!
Logicamente, foi restaurada nos últimos anos, apesar de continuar sendo uma das vinícolas mais antigas do departamento de Russell. Hoje Antigal é uma das vinícolas de Maipú modernas e sustentáveis , com algumas características bem pitorescas, como uma incrível adega subterrânea.
Nestas instalações, a Myriam Gomez vinifica não só as uvas da chácara onde a vinícola se encontra, mas também do Valle de Uco, onde a Antigal conta com dois vinhedos em Tupungato.
Seus vinhos mais representativos são os da linha ONE (ou UNO, no caso dos que se comercializam na Argentina), que desde 2007 são celebrados em diferentes mercados do mundo, principalmente nos Estados Unidos, onde seu Malbec foi distinguido pelos Sommeliers Choice Awards.
É fácil chegar na Antigal, já que fica a metros da ruta 60 e oferece uma experiência super interessante para os visitantes, que podem curtir um piquenique no vinhedo, almoços e até mesmo fazer aulas para aprender a preparar um churrasco à moda argentina. E é claro que todas as visitas incluem passeios pelos vinhedos, pela vinícola e degustação na adega subterrânea.
Foi lá que descobrimos que em breve eles vão inaugurar um restaurante que promete se transformar num dos estabelecimentos enogastronômicos mais importantes para Mendoza. Vamos ficar de olho nas notícias sobre a Antigal para poder voltar logo!
Trivento: ecologia e distinção
A nossa aventura pelas vinícolas de Maipú terminou com uma visita à Trivento. Moderna, sofisticada e acolhedora, com um serviço muito atencioso, é uma das vinícolas mais importantes da região e do país.
Nasceu em 1996 e pertence à companhia chilena Concha y Toro. Seu nome significa “três ventos”, em referência ao Polar, ao Zonda e ao Sudestada, os tipos de ventos que costumam soprar em Mendoza. Fascinante.
Atualmente, a Trivento possui 1.657 hectares de vinhedos entre Maipú, Luján de Cuyo e o Valle de Uco. Desde 2013 é a marca argentina que lidera as vendas na Europa. Por ano, produz dois milhões de garrafas.
Uma coisa que eu adorei: a sustentabilidade e o cuidado com a ecologia têm papel central em sua agenda, algo que descobrimos logo de cara com a enóloga Magdalena Viani, que veio até nós para comprimentar e nos contou alguns dados essenciais da Trivento. Por exemplo, uma informação incrível e também inédita é que a Trivento possui um parque fotovoltaico de 918 painéis. 10% de seus vinhos de Maipú são produzidos com energia solar.
Se quiserem saber mais sobre esta vinícolas de Maipú, podem fazer o tour web em seu site. E para que já possam ir sonhando com a visita, procurem algum de seus Malbec, especialidade do enólogo Germán Di Césare, como o Golden Reserve ou também -se quiserem se apaixonar – uma boa estratégia é dar de presente uma garrafa de EOLO, um Malbec das mais exclusivas videiras centenárias de Luján de Cuyo.
Bem, este foi o relato do meu segundo passeio por Maipú. Agora vou ficar offline para ler “A invenção de Morel”, um livro divino que a Juli me deu e que, segundo ela me disse, inspirou a equipe de roteiristas de Lost. Sou fã da série e até então não sabia da existência dele.
Até a próxima, winelovers!