Existem famílias que são fundadoras de tradições. A de Federico Benegas Lynch está entre elas. À frente da Vinícola Benegas, as raízes da linhagem por trás desta pequena e prestigiosa casa são tão profundas como as do Malbec na Argentina.
Percorrê-las, portanto, é empreender uma viagem ao passado estando no tempo presente: os vinhos da Vinícola Benegas hoje são exportados e comercializados em segmentos de alta categoria, a partir da tradição estabelecida há várias gerações.
A longa história da Vinícola Benegas
A família Benegas está vinculada ao vinho argentino desde que o bisavô de Federico, o senhor Don Tiburcio Benegas, se estabeleceu na cidade de Mendoza em meados do século XIX.
Homem de garra e visão empresarial, não demoraria em se transformar numa peça chave no desenvolvimento da indústria nacional do vinho.
Inserido na sociedade mendocina, seu sogro, Eusebio Blanco, foi o encarregado de trazer Michel Pouget à província, o viveirista francês que introduziu no país as primeiras videiras francesas, entre elas a Malbec.
Seduzido pelo negócio do vinho, que nessa época era uma promessa de futuro, Tiburcio Benegas empreendeu um tour de France pelos melhores chateaux para, ao regressar, viabilizar uma das primeiras vinícolas focadas em produtos de primeira qualidade na Argentina: a “El Trapiche”.
Diretor e empresário, ele formou parte da elite americana que fundou as bases da manufatura do vinho no continente, junto de Agoston Haraszthy, na Califórnia, e Silvestre Ochagavía Errazuriz, no Chile.
O saber familiar e a visão inovadora
Federico Benegas Lynch se criou na vinícola familiar. Após morar por alguns anos em Buenos Aires, regressou em 1999 a Mendoza para continuar o legado, agora em sua própria vinícola.
Adquiriu então a Finca Libertad, um vinhedo histórico de Cruz de Piedra, Maipú, plantado pelo próprio Don Tiburcio, onde no século XIX funcionou uma antiga vinícola que foi restaurada em sua totalidade, conservando a arquitetura original.
Com a ascensão do Valle de Uco, Benegas Lynch adquiriu também a Finca La Encerrada, um valorizado vinhedo localizado em Gualtallary, Tupungato.
Assim, a vinícola combina hoje a sabedoria familiar e suas tradições no mundo do vinho, com uma visão contemporânea do negócio. O resultado se aprecia no conteúdo de suas garrafas.
Vinhos de excelência
Junto com a winemaker Gabriela Zavala, Federico Benegas Lynch elabora vinhos enfocados nos dois terroirs onde ele cultiva suas uvas.
“Nossos vinhos são reconhecidos por serem encorpados, de acidez equilibrada, bom paladar e um amadurecimento preciso, onde os perfumes da uva se fundem com a elegância que conseguimos extrair das barricas”, define.
O portfólio da Vinícola Benegas é composto por quatro linhas. A primeira delas é denominada Familiar, já que cada rótulo leva o nome de um dos filhos de Federico e incorpora um estilo fresco e frutal: Clara é um Chardonnay; Carmela, um rosé de Cabernet Franc; Luna, um Cabernet Sauvignon, e Juan, um Malbec.
A seguinte linha é Estate, cujos vinhos propõem um estilo complexo e de perfeito equilíbrio, com amadurecimento de oito meses em barricas.
Trata-se de quatro variedades (Malbec, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Chardonnay) e um assemblage em homenagem ao seu bisavô, Don Tiburcio, que é elaborado com 50% Malbec, 20% Cabernet Sauvignon, 20% Cabernet Franc, 5% Merlot e 5% Petit Verdot.
Single Vineyard, por sua vez, se propõe a engarrafar a mais pura expressão da origem a partir das melhores parcelas das chácaras de Maipú e Gualtallary.
Tanto o Cabernet Sauvignon como o Sangiovese e o Syrah provém de antigas parcelas da chácara Libertad, em Cruz de Piedra, enquanto o Pinot Noir e o Malbec são da chácara La Encerrada, em Gualtallary.
Finalmente, sob o nome de Benegas Lynch, se engarrafam os três rótulos ícones da vinícola, nos quais o terroir se funde com a experiência para dar vida a tintos memoráveis.
São eles: um Malbec procedente de Finca La Encerrada; um Cabernet Franc de vinhedos plantados em 1899 por Don Tiburcio Benegas e o Old Vines Blend, composto por Cabernet Sauvignon (plantado em 1935), Cabernet Franc (1899), Merlot (1956) e Petit Verdot (2001) na chácara Libertad.